O abate dos policiais e Fátima Bernardes
Por Cláudia Wild[1]
Eu não iria me manifestar sobre o estúpido programa de Fátima Bernardes, sobre a estúpida jornalista e sua rotineira estupidez, mas diante do covarde assassinato dos policiais que estavam em um helicóptero no Rio de Janeiro, não consegui conter minha indignação.
Venho acompanhando há anos a desgraçada campanha que travaram contra as forças policiais brasileiras. Sinto-me muito à vontade em discorrer sobre o tema, pois passei mais de dez anos defendendo policiais junto às Auditorias Militares, Tribunais do Júri e outras esferas.
O espanto sempre foi enorme! Notar como aqueles notáveis homens eram tratados - sempre com desconfiança e tentando lhes dar um papel de inimigos da sociedade. Não é preciso repetir que alguns poucos policiais realmente não atendem aos requisitos da profissão e seguem um caminho paralelo ao que são treinados e têm real vocação. A grande e esmagadora maioria compõe-se de homens e mulheres da mais elevada estirpe, abnegação e nobreza.
Quando ainda os defendia, observava um nítido movimento para denegrir corporações inteiras e entidades policiais. A inversão de valores começava a ser desenhada e acabou por desandar no triste momento atual; em que policiais são tratados e caçados como bandidos e infratores - o que deveria ser observado em casos especialíssimos se tornou a regra.
Direitos Humanos, poder público, imprensa, políticos, parte do próprio Ministério Público, ONGs, partidos políticos, "intelectuais“, advogados e artistas começaram a sustentar a necessidade de uma reforma na Segurança Pública, para que ao final a polícia fosse desacreditada, desarmada moralmente e sucateada ao ponto de se tornar presa facílima da pouca inteligência nacional e sua abundante bandidagem.
O que se vê na imprensa, até mesmo em uma situação referente a um programinha matinal “inofensivo", como o da jornalista Fátima Bernardes é apenas uma mostra daquilo que os policiais se tornaram. Se tornaram figuras descartáveis numa sociedade tomada pelo crime organizado - de Brasília às favelas cariocas.
Enquetes imbecis como as da apresentada pela infeliz jornalista - que segundo consta anda com seguranças fortemente armados -, apenas reforçam a cafajestagem dos inimigos das polícias. São representantes que lutam pela subversão da ordem, dos valores e da nossa cultura. Elas apenas de forma subliminar repetem que o bandido é somente um pobre oprimido pelo sistema, e, portanto, vítima da sociedade que o marginalizou. Uma falácia odiosa que desmerece a honestidade dos pobres que trabalham, são honestos e nunca viram no crime uma oportunidade. O crime é uma escolha pessoal e intransferível!
Enquetes como as da apresentadora Fátima Bernades alimentam o desmerecimento e desrespeito aos nossos policiais. Enquetes como aquelas são gotinhas no oceano da desconstrução da autoridade policial. Elas tentam cada vez mais fomentar o ódio e a prática da covardia contra nossos policiais, que nem mesmo podem contar com o poder público para proteção de suas vidas. Contam apenas com a própria sorte e Deus.
Enquetes baratas como as de Fátima Bernardes mostram que o problema no Brasil não é a polícia e sim o crime, e é do lado dele que a opinião pública deve ficar. Assim, para este grotesco raciocínio cada missão ou operação policial torna-se ato de opressão e de combate desnecessário ao pobre e e desvalido bandido - que anabolizado em seu ego e fúria, portando armas que a polícia nem dispõe, resolve caçar seu algoz e depois se ver homenageado em folhetins televisivos como o da global senhora Bernardes.
Sim, Fátimas, Cacos, Marias do Rosário, Josés e inúmeros outros, são também responsáveis por estas mortes e outras, e têm suas mãos cobertas pelo sangue dos inocentes. Eles encorajam e determinam que a polícia não seja tratada como precisa e merece. O Brasil nunca foi perfeito, mas já respeitou seus policiais.
O Brasil jamais encontrará a decência, enquanto não começar a considerar novamente seus policiais. Estes, sim, heróis que merecem nosso reconhecimento e respeito. O país precisa resgatar seu compromisso com a ordem e a exata valoração daquilo que está nos destruindo: a completa falta de honestidade na defesa dos mais básicos preceitos sociais e morais.
Meus sinceros sentimentos dirigidos aos familiares do Major PM Melo, Capitão PM Schorcht, Subtenente PM Barbosa e Sargento PM Felix. Provavelmente, vocês não ganharão um programa especial em homenagem aos valores que tanto defenderam e pagaram com as próprias vidas, mas ganharão nossos sinceros agradecimentos e preces. Parte do Brasil morre junto com vocês.
[1] Claudia Wild, brasileira, mineira, advogada, residente na Alemanha, e que adora estudar política e geopolítica.
9 Comentários
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Só é contra a polícia e sua atuação aqueles que devem ou que lucram na sua ausência.
Não se pode condenar toda uma instituição por haver desvios e excessos de alguns. Se assim fosse a advocacia já esta extinta há séculos.
Duro é aguentar vitimismo ideológico. continuar lendo
*NOTA DE CONDOLÊNCIAS*
Com muita dor e pesar, prestamos nossa homenagem ao Major PM MELO, ao Cap PM SCHORCHT, ao Subten PM BARBOSA e ao Sargento PM FELIX que, neste sábado (19), morreram num terrível acidente de helicóptero na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
O luto por este adeus definitivo atinge também toda a Polícia Militar paulista, que, consternada, deseja força às famílias e amigos, surpreendidos pela partida prematura e incompreensível de homens que honraram a sociedade brasileira.
Aos companheiros da PMERJ, nossos sentimentos!
CORONEL PM RICARDO GAMBARONI - Comandante Geral
#podeconfiarpmesp - COMUNICAÇÃO SOCIAL PMESP
*NOTA DE CONDOLÊNCIAS* continuar lendo
Interessante que numa coisa tanto a Direita quanto a Esquerda concordam: a Globo é um lixo.
Fonte do que há de mais escroto, imundo e corrompido na mídia.
Torço de coração para que essa emissora um dia vá à falência. continuar lendo
O policial, atualmente, é o destinatário da revolta do povo e, principalmente, dos meliantes.
O fato decorre do novo pensamento político gerado após a CF/88, no qual atribui-se aos membros das forças policiais a culpa pelo auxílio ao Regime Militar.
Esquece o povo que, em situação de crime, não é o meliante que será chamado para socorrê-lo, mas os membros da polícia. continuar lendo